O que mais cai em geografia: 1. Agricultura
Dentro deste tema estão assuntos como reforma agrária e problemas de distribuição de terra, extrativismo predatório, agronegócio, agropecuária, fome e subalimentação no Brasil e América Latina, e possíveis impactos sociais da agricultura como, por exemplo, o êxodo rural. “Ao falar de agricultura ou agronegócio no Enem a questão provavelmente terá um texto introdutório com maior número de linhas, sendo cobrada do aluno boa interpretação de texto. Uma dica é tentar transformar o enunciado em uma alternativa correta”, indica Feltrin.
O que mais cai em geografia: 2. Aspectos Socioeconômicos
São cobrados assuntos como desemprego, migração, mortalidade infantil, natalidade, indicadores de saúde, índice de desenvolvimento humano (IDH), e dados sobre a população, como crescimento e envelhecimento. “Gráficos e tabelas aparecem especialmente nestas questões. É necessário prestar atenção diretamente na tabela e não apenas nas alternativas, identificando nela quais são as informações necessárias para responder a questão”, explica o professor.
O que mais cai em geografia: 3. Desenvolvimento e Impactos Ambientais
Questões sobre problemas ambientais como o desmatamento, efeito estufa, enchentes, recursos hídricos, petróleo, poluição, a usina hidroelétrica de Belo Monte, lixo e energia também são muito frequentes. Esses assuntos costumam estar relacionados com biologia. Para se ter uma ideia, no mapeamento feito pela Universia Brasil dessa matéria as questões de ecologia ficaram em segundo lugar. Para 2012, Feltrin indica assuntos como a Rio +20 e o código florestal com possibilidades de serem cobrado pelo exame.
O que mais cai em geografia: 4. Geopolítica
Os tópicos cobrados no Enem sobre geopolítica estão normalmente relacionados a algum contexto histórico apresentado no enunciado da pergunta. Assuntos como globalização, terrorismo, petróleo e guerras, MERCOSUL, união de livre comércio entre países da América Latina, primavera árabe e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) costumam cair com frequência. O professor Feltrin completa que o aluno deve “procurar informações em jornais, noticiários e mudanças geopolíticas recentes nos mapas, como por exemplo, a questão do novo país africano, Sudão do Sul, e a ONU (Organização das Nações Unidas), pois as pessoas que desenvolvem a prova costumam trabalhar muito com a atualidade”. Além disso, Daril indica assuntos como as eleições presidenciais nos EUA, ditadura militar no Brasil e a Comissão da Verdade, o populismo, trabalho escravo no estado de São Paulo e a imigração de haitianos para o País como grandes candidatos para serem cobrados no exame.
Independente do tema apresentado nas questões é a capacidade de interpretação de texto do aluno que irá indicar o seu sucesso. “A análise de tabelas, textos e mapas é muito frequente. O Enem costuma avaliar as habilidades e competências do aluno, não apenas conteúdos, pois é uma prova voltada para o ensino médio e não funciona como os vestibulares tradicionais”, completa o professor.
Enem 2012 – Questão 21
A moderna “conquista da Amazônia” inverteu o eixo geográfico da colonização da região. Desde a época colonial até meados do século XIX, as correntes principais de população movimentaram-se no sentido Leste-Oeste, estabelecendo uma ocupação linear articulada. Nas últimas décadas, os fluxos migratórios passaram a se verificar no sentido Sul-Norte, conectando o Centro-Sul à Amazônia.
OLIC, N. B. Ocupação da Amazônia, uma epopeia inacabada. Jornal Mundo, ano 16, n. 4, ago. 2008 (adaptado).
O primeiro eixo geográfico de ocupação das terras amazônicas demonstra um padrão relacionado à criação de
a) núcleos urbanos em áreas litorâneas.
b) centros agrícolas modernos no interior.
c) vias férreas entre espaços de mineração.
d) faixas de povoamento ao longo das estradas.
e) povoados interligados próximos a grandes rios
RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS
QUESTÃO 21
Alternativa E
O fluxo migratório em questão, de ocupação linear articulada com movimentação Leste-Oeste, apresenta elementos históricos e fatores físico-geográficos de importante relevância para o entendimento da dinâmica deste deslocamento populacional.
O primeiro eixo geográfico de ocupação de terras amazônicas, elemento central da questão, remete ao Ciclo da Borracha, ocorrido no século XIX. Em busca de melhores condições de vida, agravado principalmente por períodos de estiagem, migrantes oriundos da região Nordeste seguiram rumo à região Norte, suprindo a necessidade de mão de obra nos seringais. A formação dos povoados interligados próximos a grandes rios, constituindo comunidades ribeirinhas, está relacionada a este ciclo econômico. Tal ciclo teve o seu término na década de 1920, em razão da concorrência do preço do látex extraído na Ásia, assim como pela falta de investimento e estímulo por parte do governo.
O segundo fluxo migratório, sentido Norte-Sul, está relacionado com o processo de industrialização da região Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, especialmente a partir da segunda metade do século XX.
Como pode ser observado, é característico o sentido Leste-Oeste no fluxo migratório de população da região Nordeste sentido a região Norte, com destaque ao período do Ciclo da Borracha (séc. XIX – XX).
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